Homenagem ao Sopro ! Sob seu controlo está este universo.
Ele é o mestre de todas as coisas.
Tudo nele tem as suas fundações.
Homenagem, Oh Sopro, ao teu clamor,
homenagem ao teu trovão !
Homenagem, Oh Sopro, ao teu relâmpago,
homenagem a ti, Sopro, quando choras !
Quando o Sopro com o seu trovão
atravessa as plantas rugindo,
estas são fecundadas, recebem os germes de vida,
e renascem em grande número.
Quando, é chegada a estação, o Sopro
atravessa as plantas rugindo,
então regozijam-se todas as coisas
que estão à superfície da terra.
Quando o Sopro alaga
com sua chuva a vasta terra,
então os animais se regozijam:
«haverá abundância para nós» pensam eles.
Penetradas pela chuva, as plantas
trocam de falas com o Sopro:
«Tu prolongaste a nossa duração de vida,
tornaste-nos todas perfumadas.»
Homenagem te seja feita quando vens,
homenagem te seja feita quando vais,
homenagem a ti quanto te ergues,
homenagem a ti, enfim, quando assentas !
Homenagem a ti, Sopro, quando respiras,
homenagem te seja feita quando inspiras,
homenagem a ti quando te afastas,
homenagem a ti quando te abeiras !
Esta homenagem é para o todo de ti.
O corpo amado que é o teu, Oh Sopro,
o corpo mais amado que é o teu, Oh Sopro,
e o remédio que a ti pertence
perscreve-no-lo para que vivamos !
O Sopro reveste os seres
como o pai reveste o seu filho amado,
o Sopro é mestre de todas as coisas,
do que respira e do que não respira.
O Sopro é a morte, o Sopro é a febre,
os Deuses reconhecem o Sopro por tal.
É o sopro que dispõe no mundo
supremo o ser que profere a verdade.
O Sopro é Viraj, o Sopro é Destri :
todos reconhecem o sopro enquanto tal.
O Sopro é o sol, ele é a lua.
É dito também que o Sopro é Prajapati.
A expiração e a inspiração são o arroz e a cevada.
O Sopro é tido por Animal de tiro.
A expiração encontra-se situada na cevada,
a inspiração é denominada arroz.
O homem inspira, o homem expira,
estando ainda na matriz.
Desde que o animes, Oh Sopro,
ele sucede em nascimento.
O Sopro é, diz-se, Matarisvan,
o Sopro chama-se Vento.
No sopro reside o que foi e o que será.
No Sopro todas as coisas têm o seu assento.
Filhas dos Atharvan, bem como dos Angiras,
divinas ou bem nascidas do homem,
as plantas tomam nascimento,
vegetais quaisquer que sejam.
Aquele que de ti é disso ciente, Oh Sopro,
aquele em que tens os teus fundamentos,
todos lhe levarão o seu tributo,
que eles levem assim o seu tributo
Áquele que te escuta, a ti que escutamos com fruto !
(Atharva Veda 11.4)
In: Le Veda, Textes réunis, traduits et présentés
sous la direction de Jean Varenne, Paris, Les Deux Océans, 1984, p.344.
No capítulo: Hymnes, Spéculations.
Tradução-Versão: Luís de Barreiros Tavares
quarta-feira, 16 de abril de 2008
O Sopro (Atharva Veda 11.4)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário