domingo, 31 de agosto de 2008

"Bodhidharma (known in Japan as Daruma) is the semi-legendary First Patriarch of Zen, who came to China from India in the sixth century AD. Traditionally he had a fierce gaze and was uncompromising in is teaching. It is related in China that he sat facing a wall for nine years in meditation.
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Finding himself constantly overcome by sleep, he pulled off his eyeslashes and threw them to the ground, where they sprang up as the first tea plants. Monks afterwards used less drastic means for keepink awake!"



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Anne Bancroft, Op.cit, p.59.

Maximize clicando na imagem



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3.4

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Monk
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"Cadeira".Acrílico e spray sobre cartolina em cartão, 2002 + -
by Luís de Barreiros Tavares

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Zen circle
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By Torei Enji

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

La lune à minuit -
une boule
de fraîcheur


Teishitsu

quarta-feira, 27 de agosto de 2008



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Bodhidharma

By: Hakuin Ekaku (Japan, 1685-1768) Daruma Hanging scroll, ink on paper 44 1/2 x 19 3/4 in.(113 x 50.2 cm)

http://www.lacma.org/japaneseart/painting/daruma.htm

Um dia, Nan-tch’ouan tardava a tomar o seu assento no refeitório. Houang-po, seu discípulo e monje principal, tomou então o lugar do mestre em vez do seu.


- Este assento pertence ao mais velho monje do mosteiro. Que idade tens na vida budista? Perguntou o mestre.


- A minha idade remonta ao tempo do Buda pré-histórico, respondeu Houang-po.


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- Então, acrescentou Nan-tch’ouan, és meu neto.
Chega-te para lá.

Houang-po cedeu o lugar ao mestre, mas tomou o assento precisamente a seu lado.


Op.cit.
http://transporizacoes.blogspot.com/2008_05_01_archive.html

Col.priv.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

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No instante de um pensamento,

Minha mente turbulenta chegou a um descanso.

O interior e o exterior,

Os sentidos e seus objetos,

São completamente lúcidos.

Em uma volta completa,

Esmaguei a grande vacuidade.

As dez mil manifestações

Surgem e desaparecem

Sem qualquer razão.




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— Han-shan






Imagem: descolagem com branco digital a partir de pintura de Yin-to-lo: 12koerbe.de/hanumans/zenjapan.htm

Momento Zen no arco da velha.
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Um homem estava interessado em aprender meditação. Foi até um zendo - local de prática meditativa zen - e bateu na porta. Um velho professor atendeu-o:
-Sim?
-Bom dia meu senhor, começou o homem, eu gostaria de aprender a fazer meditação. Como eu sei que isso é difícil e muito técnico, procurei estudar ao máximo, lendo livros e opiniões sobre o que é a meditação, as suas posturas, etc... Estou aqui porque o senhor é considerado um grande professor de meditação. Gostaria que o senhor me ensinasse.
O velho ficou a olhar o homem enquanto este falava. Quando terminou, o professor disse:
-Quer aprender meditação?
-Claro! Quero muito!, exclamou o outro.
-Estudou muito sobre meditação?, disse um tanto irónico.
-Fiz o máximo que pude..., afirmou o homem.
-Certo, respondeu o velho, então vá para casa e faça exactamente isto: NÃO PENSE EM MACACOS. O homem ficou pasmado. Nunca tinha lido nada sobre isso nos livros de meditação. Ainda meio incerto, perguntou:
-Não pensar em macacos? É só isso?
-É só isso.
-Bem, isso é simples de fazer, pensou o homem, e concordou. O professor então apenas rematou:
-Óptimo. Volte amanhã, e bateu a porta.
Duas horas depois, o professor ouviu alguém a bater freneticamente na porta do zendo. Abriu-a, e lá estava de novo o mesmo homem.
-Por favor ajude-me!, exclamou aflito o homem, desde que o senhor pediu para que eu não pensasse em macacos, não consigo mais deixar de me preocupar em NÃO PENSAR NELES! Vejo macacos por todo o lado!
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domingo, 24 de agosto de 2008






By Hakuin Ekaku


Yo no naka no hito no ue ni mo,
kakete miyo
Tare ka kokoro no
Mama no tsugihashi.

Who has the jointed bridge of Mama
in his heart,
Him would I have throw it
across the world of men

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

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« Yeh Chueh perguntou uma vez a Wang I: «Sabes tu o que é comum a todas as coisas?»

«Como poderia sabê-lo?, replicou ele.

«Sabes que não sabes?»

«Como poderia sabê-lo?», replicou ele de novo.

«Então todas as coisas são incognoscíveis?»

«Como poderia sabê-lo? Contudo, deixa-me pôr isto da seguinte maneira: Como podes tu saber que o que eu digo que sei pode realmente ser o que não sei? Como podes tu saber que o que eu digo que não sei não é efectivamente o que sei?»




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(Chuang Tse, Capítulos Interiores, p. 33.)
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Imagem: "Diálogo das pedras", técnica: colagem com cacos de parede velha sobre platex pintado de branco e moldura fora de uso pintada de amarelo.
By Luís Tavares
Colecção: Irisalva Moita.

Anapanasati Sutta - Sutra da Atenção à Plena Respiração




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Anapanasati Sutta
- Sutra da Atenção Plena à Respiração –

For free distribution only, as a gift of Dhamma
This Sutta was translated from the Pali by Thanissaro Bhikkhu.
Tradução ao português por Tam Hao Van. Trechos entre colchetes são de responsabilidade do tradutor brasileiro.



Anapanasati Sutta
Majjhima Nikaya 118
Sutra da Atenção Plena à Respiração



Trecho:



(...)




“Atenção Plena à Respiração, quando desenvolvida e buscada, oferece grandes frutos, é de grandes benefícios. Atenção Plena à Respiração, quando desenvolvida e buscada, leva à realização das Quatro Estruturas de Referência. As Quatro Estruturas de Referência, quando desenvolvidas e buscadas, levam à realização dos Sete Fatores do Despertar. Os Sete Fatores do Despertar, quando desenvolvidos e buscados, levam à realização do Claro Conhecimento e da Libertação”.

[Plena Atenção à Respiração - O Método]

“Agora, como é a Plena Atenção à Respiração desenvolvida e buscada de forma a levar à realização das Quatro Estruturas de Referência?”.

“Existe o caso em que um monge, tendo ido para a floresta, à sombra de uma árvore, ou para um local vazio e calmo, senta-se cruzando suas pernas, mantém seu corpo ereto, e direciona sua atenção para o objetivo. Sempre atento, ele inspira; atento ele expira”.

[As Quatro Estruturas de Referência - Smrtyupasthana]

[Primeira Tétrade - Contemplação do Corpo]

“[1] Inspirando profundamente, ele percebe que está inspirando profundamente; ou expirando profundamente, ele percebe que está expirando profundamente”.

“[2] Inspirando superficialmente, ele percebe que está inspirando superficialmente; expirando superficialmente, ele percebe que está expirando superficialmente”.

“[3] Ele procura ficar sensível à inspiração [processando-se] no corpo inteiro, e à expiração [processando-se] no corpo inteiro”.

“[4] Ele procura ficar sensível à [ação da] inspiração acalmando o processo corporal, e à [ação da] expiração acalmando o processo corporal”.

[Segunda Tétrade - Contemplação das Sensações]

“[5] Ele procura ficar sensível à Alegria [êxtase] em inspirar, e à Alegria em expirar”.

“[6] Ele procura ficar sensível ao Prazer em inspirar, e ao Prazer em expirar”.

“[7] Ele procura ficar sensível ao Processo Mental [Percepção] de inspirar, e ao Processo Mental [Percepção] de expirar”.

“[8] Ele procura ficar sensível à [ação da] inspiração acalmando o Processo Mental, e à [ação da] expiração acalmando o Processo Mental”.

[Terceira Tétrade - Contemplação da Mente]

“[9] Ele procura inspirar ficando sensível à mente, e a expirar sensível à mente”.

“[10] Ele procura ficar sensível à inspiração alegrando a mente, e à expiração alegrando a mente”.

“[11] Ele procura ficar sensível à inspiração equilibrando [firmando] a mente, e à expiração equilibrando a mente”.

“[12] Ele procura ficar sensível à inspiração liberando a mente, e à expiração liberando a mente”.

[Quarta Tétrade - Contemplando os Conceitos Mentais]

“[13] Ele procura inspirar refletindo sobre a Impermanência, e a expirar refletindo sobre a Impermanência”.

“[14] Ele procura inspirar refletindo sobre a Decadência, e a expirar refletindo sobre a Decadência”.

“[15] Ele procura inspirar refletindo sobre a Cessação, e a expirar refletindo sobre a Cessação”.

“[16] Ele procura inspirar refletindo sobre a Renúncia, e a expirar refletindo sobre a Renúncia”.

“[1] Assim, em qualquer ocasião um monge inspirando profundamente discerne [corretamente] que ele está inspirando profundamente; expirando profundamente, discerne [corretamente] que está expirando profundamente; inspirando superficialmente, discerne que está inspirando superficialmente; expirando superficialmente, discerne que está expirando superficialmente; ele procura ficar sensível à inspiração [processando-se] no corpo inteiro, e à expiração [processando-se] no corpo inteiro; ele procura ficar sensível à [ação da] inspiração acalmando o processo corporal, e à [ação da] expiração acalmando o processo corporal: Nesta ocasião o monge permanece concentrado no [processo respiratório do] corpo de si e por si mesmo - intensa, alerta e conscientemente -, superando a avidez e angústias [autopiedosas] em relação ao mundo. Eu vos digo, monges, que isto [esta realização] - o processo de inspirar-expirar - é considerado como um corpo dentro do corpo [Corpo da Respiração], e é por isso que o monge nesta ocasião permanece concentrado no [processo respiratório do] corpo - intensa, alerta e conscientemente -, superando a avidez e angústias [autopiedosas] em relação ao mundo”.



(...)


http://zenbudismo.multiply.com/journal/item/28


'Oriente'

Terra, verniz, dripping de esmalte, colagem de cacos e acrílico sobre contraplacado, 80cmx38cm+-, 1998.

col.: Maria de Lourdes Tavares.

Pintura de Luís de Barreiros Tavares


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" (...) Automaticamente (...) "




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Ecos do Silêncio — Textos Zen



Bodai Shin, a Mente do Despertar


Taisen Deshimaru Rôshi


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Que é o despertar? Compreender-nos a nós mesmos. Quando estamos despertos, já não precisamos procurar nem fazer esforços vãos. A maioria das pessoas procura sem cessar, à direita, à esquerda, nos livros, através de práticas complicadas, etc.... Mas isso é baldado. É possível ir correta e diretamente, seguindo a ordem cósmica. Em nossa civilização, todos os fenômenos da vida corrente, da vida social, da economia nos colocam contra a vida cósmica; daí devermos, às vezes, regressar às origens, à vida primitiva e original.
Se a produção da mente não for correta, em vão nos esforçaremos em todas as práticas possíveis.
Se despertardes para o poder cósmico fundamental, estareis despertando para vós mesmos, compreendendo intimamente a vossa natureza profunda.
Se a mente da nossa vida cotidiana e o Caminho não estiverem em harmonia, nosso corpo e nossa mente não estarão em paz. A verdadeira mente, a mente autêntico de Buddha, a mente cósmica, é muito semelhante à lua, ao passo que o meio é semelhante à superfície da água, à corrente. As ilusões, por sua vez, se parecem com o reflexo da lua na água.
Todas as existências têm a verdade em si mesmas, exprimem o estado real da verdade universal.
Abandonar, esquecer, rejeitar o próprio corpo e a própria mente.
Shin jin datsu raku. Bastará que nos atiremos de novo na casa, na família de Buddha para que, nesse momento, o Buddha ajude, controle e dirija. Quando seguimos o Buddha, não precisamos utilizar o nosso poder pessoal, não precisamos fazer nenhum esforço voluntário, por vontade própria.
Podemos tornar-nos Buddha, inconsciente, natural, automaticamente, destacados da vida e da morte.
A postura, o vosso próprio zazen é Deus ou Buddha. Não há Buddha objetivo ou Deus no exterior, do outro lado. Há um Deus ou um Buddha subjetivo, no interior de nossa mente, em nós mesmos. Nosso próprio ego é o Deus, o Buddha eterno. Não nascemos nem morremos.
Praticar o zazen mushatoku, sem finalidade de lucro é a verdadeira pureza, a verdadeira força. Por vezes, surgem ilusões, mas elas passam como os sonhos, ou como as nuvens diante da lua. As ilusões são o mendigo que vos importuna sem parar. Por mais que o escorraceis, ele volta sempre, cada vez mais. No fim, porém, ele desiste; vós vos voltais para expulsá-lo ainda uma vez, ou para aceitá-lo, e já não há ninguém... É o satori.
Pegar somente a raiz original e não se preocupar com os galhos.
Por meio do zazen, todos os fenômenos da mente tornam-se o cristal, o Vazio, Kû, e refletem o luar.
Esquecer o próprio corpo e o própria mente pessoal: é a mente absoluta, o não-ego. Harmonizar, fundir o céu e a Terra. A mente interior deixa passar pensamentos e emoções. Totalmente livre do seu meio. O ego é abandonado. Tal é a origem das filosofias e religiões da Ásia. A mente e o corpo, o exterior e o interior, a substância e os fenômenos: esses pares não são dualistas nem opostos, mas formam uma unidade sem separação. Quando a atividade da mente enche o cosmo, e quando sabemos agarrar a oportunidade que se oferece, dispomos de todos os acontecimentos variáveis, evitamos todos os acidentes e atacamos as dez mil coisas numa só. Nossos sentidos e nossas impressões não podem apreender realmente a natureza original da existência. Quando a captamos pelos sentidos, a matéria objetiva não é real, não é a verdadeira substância, senão imaginação.
Os problemas difíceis são diferentes para cada um, e cada um tem necessidade de um meio diferente para resolver seus problemas Precisamos criar nosso próprio método. Se nos enganamos, nós mesmos temos de criá-lo.
As grandes obras de arte são criadas além da técnica. No mundo da tecnologia e da ciência, os grandes descobrimentos nascem, provêm de além dos princípios e das técnicas. Não devemos apegar-nos a uma idéia só, a uma categoria, a um conceito. Da idéia à ação devemos alcançar a verdadeira liberdade.
Não devemos pensarNo antes e no depoisPara a frente, para trásSomente a liberdadeDo ponto do meio.
Que é Bo Dai Shin? É o caminho. Não penseis. Não procureis. Não desejeis. Não guardeis. Não obtenhais. Não abandoneis. [...]
Não devemos pensar em ganhar, mas também não devemos ser vencidos. Como resolver a contradição? É difícil. Nem Kontin, nem Sanran, nem torpor, nem excitação. É o Caminho do Meio do buddhismo. Ir para a direita ou para a esquerda é fácil, ganhar ou ser vencido é fácil também. Mas não ganhar e não ser vencido é muito difícil.
Quando a nossa mente se torna iluminação, sem ego, iluminação invisível, samadhi, todo desejo e toda ambição desaparecem. Não sobra nada. É a última estação da nossa vida, o ponto zero. Cumpre retornar a esse ponto, a esse estado mental interior pois, do contrário, a vida é difícil. Não há necessidade de procurar uma posição social, dinheiro, família. Não há necessidade de expor aos outros o fato de estarmos sós diante de nós mesmos, nem há necessidade de agir sempre assim. É uma decisão interior e pessoal. A verdadeira verdade. Desse modo, a vida se torna leve qual nuvem branca.
Se seguirmos o Buddha, sua energia e sua atividade, não precisaremos utilizar nossa própria energia nem nossa força pessoal, nem dispersar nossa consciência, nossa mente. Finalmente, poderemos tornar-nos Buddha sem nos separarmos da vida e da morte. Dai o não devermos ficar, nem estagnar-nos na mente, nem aferrar-nos a ela.
Nossa energia, nossa mente se harmonizam com a energia cósmica, e a energia cósmica infinita dirige nossa própria energia. Podemos, então, dirigir as dez mil coisas numa só. Podemos ser verdadeiramente livres, graças à energia infinita do cosmo, verdade invisível.
O estado de samadhi é um estado delicado, em que o corpo não sente nada além da paz perfeita na alegria profunda.
A mente de samadhi é muito semelhante à chama da vela numa sala fechada, quando rompe a escuridão e alumia os objetos em volta.
Na relação entre o corpo e a mente, o material e o espiritual, o ego e os outros, nós mesmos e a sociedade, nós mesmos e todas as outras existências, a natureza, o cosmo, cada coisa é como o verso e o reverso de uma folha de papel. Não há nada impuro entre cada uma das faces. A impureza é o demônio.
Originalmente, não há demônio entre Deus ou Buddha e nós mesmos. Os dois são completamente íntimos e estão em unidade. Mas quando intervém o demônio [ego] impuro, os dois se tornam relativos e dualistas. O demônio da impureza cria discórdias entre Buddha e nós mesmos.
Pensamos comumente nas coisas da natureza: terra, rio, sol, lua, estrela, como coisas exteriores à nossa mente, mas, na verdade, elas são a própria mente. Não imagineis, contudo, que isso signifique que todas as coisas estão somente no interior da mente.
Abandonar as noções de exterior e interior, de ir e vir. A mente individual não está fora nem dentro. Vai e vem livremente, sem apego. Um pensamento é montanha, água, terra. O pensamento seguinte é uma nova montanha, uma nova água, uma nova terra. Cada pensamento é independente, novamente criado, vital e instantâneo.
A mente indiviso não se refere ao grande nem ao pequeno, ao próximo nem ao distante, ao ser nem ao não-ser, ao ganho nem à perda, ao reconhecimento nem ao não-reconhecimento, ao satori nem ao não-satori, à ilusão, à vida ou à morte.
A mente indiviso está além dos opostos. Portanto, o estudo da mente é o Caminho para atingir a ação estável e indivisa, além de todos os mundos da relatividade.
Todo a nossa mente-corpo é Kû, que originalmente não aumenta nem diminui, não nasce nem morre.
Por vezes, em nossa vida real e em nossa morte, desejos de nirvana ou de outras coisas nos fazem desenvolver a mente de Buddha. Não devemos esperar um momento ou um lugar especial para realizar a mente de Buddha. Esse mente nunca depende do tempo ou do lugar, nem tampouco das capacidades intelectuais. Porque a mente do despertar é a origem de toda a atividade real, aparece natural e automaticamente por si mesmo. Não pode ser definido pela existência nem pela não-existência, pelo bem nem pelo mal, nem pelas circunstâncias, pelos lugares ou pelos karmas passados.
Nessa vida e nessa morte está incluída a nossa vida real, a vida de todos os dias, com seus sofrimentos, sua tristeza, suas desgraças, suas dificuldades e também sua alegria e sua oportunidade. Mas a verdadeira mente do despertar manifesta-se mais nos sofrimentos e na desgraça do que na alegria e na oportunidade. A felicidade é como a bolha.
Além do tempo e do espaço não há nem existência nem não-existência, nem bem nem mal, nem bom nem mau. É a eternidade. No mundo, porém, tudo é Mujô, sempre mudando. Para viver eternamente faz-se mister compreender a raiz, a fonte. Se quisermos limpar a embocadura de um rio, temos de remontar ao manancial. Para purificar a jusante urge purificar a montante.



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(Deshimaru, Taisen. O Anel do Caminho: Palavras de um Mestre Zen.
Textos reunidos e redigidos por Evelyn de Smedt e Dominique Dussaussoy;
tradução de Octavio Mendes Cajado. São Paulo: Pensamento, 1995. Pág. 79-83.


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Clique aqui para adquirir o livro.)

http://www.dharmanet.com.br/zen/ku.htm
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5.4
Qual o sentido da ida de Bodhidharma da Índia à China?
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O cipreste no pátio...
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'Ciprés'
Pintura de Joan Hérnandez Pijoan
Chuang Tse ( China, séc.VI a.c.). Discípulo de Lao Tse.


«Uma vez, eu, Chuang Tse, sonhei que era uma borboleta esvoaçando alegremente aqui e ali, gozando a vida sem saber o que era. De repente, acordei, e era Chuang Tse. Sonhou Chuang Tse que era uma borboleta, ou foi a borboleta que sonhou que era Chuang Tse? Deve haver alguma diferença entre Chuang Tse e a borboleta. Este é um caso de transformação»

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(Chuang Tse, Capítulos Interiores, trad. A.M.G. de Campos, Lisboa, Ed. Estampa, 1992, p.38.)



http://gramas.blogs.sapo.pt/arquivo/1044459.html

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Due Lune
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Guardando l'ombra che proietta nel grande vuoto
ho preso una ferma decisione
luna di una notte d'autunno.
Sengai Gibon (1750-1837)

Il maestro Sengai dipinse la Luna durante il suo percorso di esperienza e di meditazione. E’ un cerchio perfetto, non chiuso, una pennellata circolare di colore scuro sullo sfondo chiaro della carta di riso tracciata accanto al testo dell’haiku riportato qua sopra.
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Niente di più, niente di meno.
Koan... Alegria... À beira do rio Hao...



"Tchouang-Tseu e Houei-Tseu passeavam sobre um dique do rio Hao. Tchouang-Tseu diz:" Vê como os robalos passeiam à sua vontade! Essa é a alegria dos peixes.
- Tu não és um peixe - diz Houei-Tseu. - Como sabes o que é a alegria dos peixes?
- Tu não és eu - responde Tchouang-Tseu. - Como sabes que eu não sei o que é a alegria dos peixes?
- Eu não sou tu - diz Houei-tseu -, e seguramente não sei o que tu sabes ou não. Mas como seguramente tu não és um peixe, é evidente que não sabes o que é a alegria dos peixes.
- Regressemos - diz Tchouang-Tseu - à nossa primeira questão. Tu perguntaste-me: como sabes o que é a alegria dos peixes? Sabias que eu o sabia, porque me perguntaste como é que o sabia. Eu sei-o porque estou à beira do rio Hao."




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Koan citado por: Jean Baudrillard, O Crime Perfeito, Trad. Silvina Rodrigues Lopes, Lisboa, Relógio D'água, 1996, p.120.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Where are you going?
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Right here and right now
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2.3

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

~.


















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Taisen Deshimaru
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Salpicando o ovo...

O entreposto

Dois homens caminhavam na noite sobre um


sendeiro que atravessava uma floresta obscura numa montanha recuada.


Um dos dois era cego, e o seu companheiro o guiava.


De súbito, dos arbustos sombrios um demónio atravessou-se-lhes no caminho.


O cego não experimentou o menor receio, enquanto o seu companheiro
ficou transido de medo!


O inválido conduziu então o seu amigo...






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Comentário de Deshimaru: Esta breve história oferece-nos algum ensinamento.




Le Bol et le Bâton, 120 contes racontés par Taisen Deshimaru, Paris, Albin Michel, Spiritualités vivantes, 1986, p.61

A Vacuidade torna-se Fenómenos, os fenómenos tornam-se Vacuidade

A Vacuidade torna-se Fenômeno, os Fenômenos tornam-se Vacuidade




Taisen Deshimaru Rôshi



Kû sokû ze shiki. Shiki sokû ze kû, devemos ir além, transcender, ao mesmo tempo, Shiki (fenômenos) e Kû (vazio). Devemos estar além da diferença e da similitude. Devemos ir além de Shiki e de Kû, além do pensamento e do não-pensamento. Nesse momento, atingimos a consciência Hishiryô . A interação é a lei de manifestação do poder cósmico fundamental; em outras palavras, ao manifestar-se, o potencial cósmico se dispersa e materializa a energia cósmica, que se divide em parcelas e se dispõe de acordo com uma ordem regida pela lei da interdependência. Somente essa lei dá à matéria a aparência fenomenal.
Se olhardes para Kû, vereis também Shiki.Kû sokû ze shiki.Se virdes Shiki, olhareis igualmente para Kû.
Shiki sokû ze kû.
Todo o Sutra do Hannya Shingyô, o Prajna Paramita Sutra, gira em torno dessa fórmula. Se compreendermos tal relação tudo se tornará fácil. Não se trata de pensar nisso com o cérebro, mas de compreendê-lo plenamente através do corpo. A partir dos fenômenos, Shiki, da nossa vida cotidiana, voltar a Kû, zazen. E de Kû voltar a Shiki para ajudar todos os seres e harmonizar-se com eles.Se todos os dias nos concentrarmos uma ou duas horas no verdadeiro zazen, poderemos depois mergulhar nos fenômenos, voltar ao verdadeiro eu e espalhar nossa sabedoria pela vida quotidiana. Zazen torna-se então o leme do nosso movimento na vida.

A verdadeira concentração não é pensada nem não-pensada. Está além do pensamento, o pensamento absoluto. É o retorno ao Kû original, por efeito da concentração.
A concentração em Kû contém, virtualmente, a expansão em Shiki.

A expansão fenomenal de Shiki contém, virtualmente, a volta à concentração em Kû.
Encontramos em Kû o infinito e o eterno. Desse modo, Kû, sinônimo de nirvana, outra coisa não é senão o Caminho do Meio.

Mujô a mudança, não-nascido, sem começo nem fim.
Sem nascimento, sem fim, somente mudança.
Não há começo, não há fim do cosmo. Num rio, vemos bolhas na água da corrente. A água torna-se bolha e, logo, torna-se água de novo.
Quando morremos, nossa vida não acaba. Voltamos ao cosmo, como as bolhas que estouram no rio. Devemos compreender a vida eterna.
Com freqüência, as pessoas amam a pureza e detestam a sujeira. Na sua origem, porém, todos os fenômenos, todas as existências do cosmo não são puras nem impuras. Tudo é idêntico. Mas pelo comportamento e pelo pensamento, as pessoas sujam e criam as separações. Em nosso globo, a terra, as montanhas, os rios, as florestas, os oceanos.. tudo é sem sujeira e sem pureza. É a natureza.

A purificação, a terra pura, não existem em outro país, nem depois da morte. A terra pura há de ser construída aqui e agora.

Se tivermos o espírito bom, a consciência precisa, a palavra exata, o comportamento adequado, se a boca, o corpo, a consciência, essas três atitudes forem corretas, o meio será justo.
Só que, pela percepção, pelos sentidos, pela consciência, pelas sensações, tudo muda. As coisas tornam-se às vezes puras, às vezes impuras, os desejos nascem...
Pureza, sujeira, não se pode decidir.
Nossa personalidade, nosso espírito original, é sem pureza e sem sujeira, e o cosmo também.
No nascimento, a consciência do bebê não está suja. Ele ignora a pureza ou as sujeiras. Mas, depois, a hereditariedade dos pais, o ambiente, as pessoas que o cercam, a educação não raro errada, influem nele progressivamente. O karma ignora a compaixão, o resultado, o efeito e vice-versa. Onde está o erro? O mérito? Só a consciência do ser humano decide a respeito dessas concepções.

Não há dualidade. Sem começo nem fim. Sem sujeira nem pureza. Sem crescimento nem decrescimento. Podemos ilustrá-lo com a metáfora da água e das vagas. Hoje cedo há tempestade e, de certo, grandes vagas no oceano. Quando a tempestade acabar, as vagas decrescerão, mas a água do mar não terá crescido nem decrescido.

A impermanência é a mudança perpétua de todas as coisas, portanto a não-entidade, a existência sem substância própria. No momento em que nasce, a chama morre; a chama que arde neste instante não tem nada em comum com a do instante precedente; a chama é a representação viva da não-substancialidade.

O potencial é o único dado permanente contido em cada uma das formas do manifestado, impermanente e fruto da interdependência; o potencial é permanente porque é eterno em tudo o que é e tudo o que não é. É independente porque é a causa e a condição de tudo o que existe; é o motor que produz e faz progredir o manifestado. O potencial existe em cada uma das formas-forças e em todas as relações que as ligam, desde o infinitamente pequeno até o infinitamente grande.

Dentro de toda manifestação permanece a plenitude da potencialidade, a qual contém a totalidade da manifestação. Essa potencialidade é o poder cósmico fundamental, o Kû, o nada, o não-manifestado e é ainda o grande Tudo e o manifestado no que o Tudo e o manifestado têm, em sua mudança evolutiva, de não-manifestado e de manifestação em potência, como a semente é o não-manifestado da árvore e a contém em potência.

Seja como for, todas as existências são Kû sem fenômeno númeno. Tudo existe sem existir.
Tudo só existe na mudança e por ela; pois o que subentende a mudança é o potencial. Devemos compreender que Mujô, a mudança, é a eternidade. No Zen, não há ruptura entre o material e o espiritual; toda impressão é, ao mesmo tempo, espiritual, e fica registrada nos neurônios do cérebro em forma de informação atualizável a qualquer momento.

As sementes de karma depositadas perpetuam-se no espírito depois da morte; deverão manifestar-se necessariamente em função da lei universal, segundo a qual toda semente, quando chega o momento, germina ou perece (transforma-se). Formarão os dados hereditários do recém-nascido, de que este está investido desde a ovulação, e cujo potencial se contém no esperma do pai e no óvulo da mãe.

Se a semente não germina, precisa transformar-se. E o que acontece durante o zazen. O mau karma aparece libertando-se do inconsciente; mas pela ação da consciência do zazen, desvencilhada das seis percepções e da ignorância que delas resulta, o mau karma pode acabar, isto é, pode ser transmudado e regenerado na consciência pura original.

Esvaziado assim das sementes do karma, o espírito se abre para o eterno imutável, funde-se no potencial cósmico infinito, não sujeito à impermanência, nem à interdependência, não-nascido, não-criado, sem começo nem fim, que é a realidade eterna de Kû.

Em Kû, nada aparece do que pertence aos domínios visual, auditivo, olfativo, tátil e gustativo. Como não há meio, não existe observação objetiva, nem subjetiva; não existe consciência. É o fim total. Absolutamente nada. Em Kû, completamente Kû, zero absoluto.

Se já não há olhos, já não há forma, já não há percepção visual. E, visto que não podemos ver, nada se eleva da faculdade visual. Se não se estabelece a relação entre o órgão subjetivo e o fenômeno objetivo, não há Shiki que possa aparecer e a consciência não se manifesta.

A fonte original do espírito não é, de maneira alguma, ignorância nem obscuridade. É totalmente pura.

Antes do nascimento o homem é ignorância. Seu nascimento é a atualização na matéria, ou encarnação, de sua consciência ignorante, que durante a transmigração permaneceu na consciência eterna. A ignorância é o agente produtor da ação.

A ignorância, fonte original das ilusões, determina a ação. A própria ação é karma, produto da ignorância. Transposto ao plano humano, esse fator primordial, a ignorância, reparte-se entre:
de um lado, a ignorância dos pais, que gera o ato sexual e kármico e provoca a fecundação;
de outro lado, a ignorância kármica da consciência do falecido, que quer encarnar-se e influir no ato sexual dos pais.

As duas causas interdependentes conduzem à formação embrionária. A consciência do falecido encarna-se desde o instante da fecundação, manifestação da energia cósmica. Dessa maneira, os três elementos. A saber, o pai, a mãe e a consciência do falecido, determinam o aparecimento do feto, e são os três igualmente responsáveis, e não apenas os pais, pois o karma passado quer realizar-se, e deve encontrar o suporte material para manifestar-se.

O satori só existe em função da ignorância e das ilusões. Desse modo, a ignorância e a ilusão são a condição necessária da existência do satori. E já se disse: Bonno soku bodai; as ilusões são o satori.

Não é, portanto, necessário querer eliminar a ignorância, pois ela não tem existência real e nós não temos númeno.

A ilusão não é uma coisa fixa, nem a substância de nosso espírito, mas um visitante, uma coisa que vem do exterior; é assim no tocante à cólera, à ignorância, ao medo, à ansiedade, à paixão, aos desejos. Por exemplo, sem o vento, as vagas não aparecem na superfície do lago. No que se refere às ilusões, a mesma coisa. Se não recebermos estímulos do exterior, elas não se elevarão. Visitantes, vêm do exterior. Ainda que recebamos excitações do meio, se nesse momento preciso não estivermos apegados, a verdadeira Sabedoria aparecerá.

O sofrimento é tanto físico quanto psicológico, sentimental, intelectual ou racional.
Desde que não podemos satisfazer nossos desejos, sofremos. Buda explica as condições do sofrimento. Quanto mais apego tivermos, mais se espalharão as ilusões. E se não pudermos satisfazê-las, acabamos por suicidar-nos. Ser muito apegado aos desejos equivale a ser como uma bomba.

Quanto mais aumentam os desejos, tanto mais se complicam os sofrimentos.
Todos os fenômenos cósmicos, todas as existências cósmicas constituem o potencial temporário existente, ou manifestado, atualizado no momento. Cada qual depende da lei da interdependência, em que a multiplicidade dos fenômenos depende da multiplicidade das relações que os subentendem. Por isso mesmo, ainda que os fenômenos temporários tomem forma ao nascer, se transformem e desvaneçam, sua substância não foi produzida nem destruída; tampouco aumentou ou diminuiu. Pois essa substância é o próprio poder cósmico fundamental, eternamente imutável, potencialidade suprema da qual procedem todas as potencialidades fenomenais, existências em perpétua mudança; suas formas aparecem e desaparecem ao sabor das interferências cósmicas rigorosamente ordenadas, depois desaparecem, desagregando-se, liberando a essência que reencontra a própria origem.

(Deshimaru, Taisen. O Anel do Caminho: Palavras de um Mestre Zen.Textos reunidos e redigidos por Evelyn de Smedt e Dominique Dussaussoy;
tradução de Octavio Mendes Cajado. São Paulo: Pensamento, 1995.Pág. 121-125. Clique aqui para adquirir o livro.)

terça-feira, 19 de agosto de 2008








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1.4


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"Uma técnica eficaz é aquela que prolonga o exemplo precedente da meditação sobre a esfera de luz (vj. passagem da mesma obra de Kalou Rinpotche citada no início deste blogue). Orientamo-nos mentalmente em direcção a Este, sem nos preocuparmos com a nossa orientação física real. Do ponto de vista da prática, a direcção que nos faz face é Este. Meditamos que a uma grande distância diante de nós se encontra uma esfera semelhante à que visualizámos em nosso coração. Ela está a centenas de milhares, de milhões de kilómetros para Este em relação a nós. Deixemos o nosso espírito em repouso na experiência desta longínqua esfera de luz a Este. Se o espírito fosse qualquer coisa de fixo e limitado, então seria efectivamente um problema forçá-lo a franquear toda esta distância para Este. Mas quanto a nós não há limites em relação a estas considerações. O nosso espírito dispõe de uma liberdade perfeita em distender-se para esta ou aquela distância, mais ou menos longa, enfim, não importa para onde quer que seja.Neste estado deslocamos em seguida a nossa atenção para Oeste, quer dizer, à nossa retaguarda, e visualizamos uma esfera de luz a milhares e a dezenas de milhares de kilómetros. Deixamos o nosso espírito em repouso na experiência desta esfera longínqua para Oeste.Depois, deslocamos a focalização da nossa consciência em direcção ao Sul, à nossa direita, e meditamos sobre uma esfera de luz branca a milhares e a dezenas de milhares de kilómetros, deixando o espírito em repouso nesta experiência. Enfim, deslocamos a focalização da nossa consciência para Norte, à nossa esquerda, concebendo este globo de luz branco com a mesma incomensurável distância, e deixamos o espírito em repouso, sem distracção, nesta experiência.O estádio seguinte é a concepção das quatro esferas, percepcionadas nas quatro direcções simultaneamente; a esfera original ocupando o centro do nosso coração; deixamos ainda o espírito em repouso nesta experiência simultânea. A primeira vantagem resultante deste repouso do espírito sobre uma experiência particular determinada é a de desvalorizar a nossa hipótese ingénua segundo a qual o espírito, fixo e imutável, estaria contido no interior do corpo físico."




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Kalou Rinpotche, Instructions Fondamentales, Introduction au Bouddhisme Vajrayana, Albin Michel, Spiritualités vivantes, p.187.
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Como não lembrarmo-nos de uma lua cheia?...
Tradução de Luís Tavares

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

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2.6


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The olympic Pu-tai... China...

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Hotei (Pu-tai)

By :Fûgai Ekun. The god of the good fortune.

12koerbe.de/hanumans/zenjapan.htm

sábado, 16 de agosto de 2008

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

"O «corpo próprio» que a fenomenologia erigiu em conceito, é um produto do Ocidente - não é o que quer dizer o Caledónio cristianizado ao qual o missionário Leenhardt perguntava: «Em suma, é a noção de espírito que nós trouxemos para o vosso pensamento?» e que respondia: «O espírito? Oh! Vós não nos trouxestes o espírito. Já conhecíamos a existência do espírito. (...) O que vós nos trouxestes foi o corpo.» A singularidade do «indivíduo» não é a de um eu com corpo distinto - com os seus orgãos, a sua pele, a sua afectividade, os seus pensamentos separados do resto da comunidade - mas sim a de um corpo em comunicação com toda a natureza e toda a cultura e tanto mais singular que se deixa atravessar pelo maior número de forças sociais e naturais.».



In: Gil, J., As Metamorfoses do Corpo, Lisboa, Rel. D'água, 1997,p.58.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008



"Planando". Mixed midea on canvas. 19x25cm+-.1999.

Col. privada.

"(...)



Como usar a imagem do seixo? Sente-se na posição em que melhor se sentir, lótus completo ou meio lótus, com a coluna reta e leve sorriso nos lábios. Respire devagar e profundamente, acompanhando cada respiração, unificando-se com ela. Desligue-se de tudo. Imagine que você é um seixo atirado no rio. O seixo afunda na água, sem nenhum esforço. Desapegado de qualquer coisa, ele lentamente afunda pela mais curta distância, para atingir finalmente o fundo do rio, o ponto de descanso perfeito. Você, praticamente, é como o seixo que, desligando-se de tudo, deixou-se cair no rio. No centro de seu ser está sua respiração. Você não precisa saber quanto tempo leva até que possa alcançar o ponto do perfeito repouso, o leito de areia no fundo das águas.

Quando você se sentir como o seixo que atingiu o fundo do rio, você terá alcançado o ponto em que encontrará seu perfeito repouso. Você não estará mais sendo empurrado ou puxado por nada. Se você não conseguir encontrar paz e contentamento nesses momentos em que está sentado, então o futuro lhe escapará como um rio que passa, você não poderá fazê-lo voltar atrás, e será incapaz de viver o futuro quando ele tiver se transformado em presente. Toda a paz e contentamento possíveis são esses que surgem ao sentar-se. Se você não consegue encontrá-los aí, não os encontrará em nenhum outro lugar. Não persiga seus pensamentos como a sombra que segue seu objeto. Não corra atrás de seus pensamentos. Não adie, seja capaz de encontrar paz e contentamento nesse exato momento em que está sentado.



(...)"



Extracto de um texto de Thich Nhat Hahn (Thây): http://br.geocities.com/lgdobbin/meditacao.htm



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O livro de terra... ou, o livro ecoante...
Téc.mista sobre tela, 60x75cm, 2003.
colecção: IPJ. Instituto Português da Juventude.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

"The stories goes that Tan-Hsia, a wanderig Ch'an (Zen) monk of the thirteenth century, came to an old deserted temple one cold winter's night. The wind was piercing and the snow falling. Deciding that the best service the Buddha could perform would be to give him warmth, he burnt a wooden temple Buddha. (Tan-Hsia Burning the Buddha Image, painting by Zen Master Sengai, Japan, 18th c. Idemitsu Art Gallery, Tokio.)

Texto de: Anne Bancroft, Op.cit., p.84.

Imagem: www.enlightened-spirituality.org/Zen_Humor.html











"(...)

Descartes said, 'I think, therefore I am.' But if I am not thinking, then what? Before thinking, there is no you or I, no form or emptiness, no right or wrong. So even 'no form, no emptiness' is wrong. In true emptiness , before thinking, you only keep a clear mind. All things are just as they are. 'Form is form, emptiness is emptiness.'

I'm afraid I still don't really understand.

If you want to understand, already is a mistake. Only go straight ahead and keep don't-know mind. Then you will understand everything.

trad. "Se queres compreender, realmente isso é um erro. Segue simplesmente sempre adiante e mantém o não-saber mental. Assim compreenderás tudo o mais."

(...)

A conversation with Master Seung Sahn

In: Anne Bancroft, Zen, p.66.

domingo, 10 de agosto de 2008


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The Universe"The circle-triangle-square is Sengai's picture of the universe. The circle represents the infinite, and the infinite is at the basis of all beings. But the infinite in itself is formless. We humans endowed with senses and intellect demand tangible forms. Hence a triangle. The triangle is the beginning of all forms. Out of it first comes the square. A square is the triangle doubled. This doubling process goes on infinitely and we have the multitudinosity of things, which the Chinese philosopher calls 'the ten thousand things', that is, the universe.

The trouble with us linguistically-minded beings is that we take language realistically and forget that language is of no significance whatsoever without time. In truth, language is time and time is language. We thus come to think that there is in the beginning of the world a something which is real and concrete, such as a world of galaxies which though formless and nebulous is yet real and tangible. This is the foundation of the universe on which we now have all kinds of things, infinitely formed and varied. It is thus that time itself begins to be thought of as something concrete and real. A circle turns into a triangle, and then into a square, and finally into infinitely varied and varying figures. In the same way the Biblical account of creation has turned into historical truth in the minds of many. But Zen is very much against such fabrications.

There is another and a more traditional interpretation that may be given to these three figures of forms. Sengai was familiar with Shingon, the mantra sect of Buddhism, as well as Zen. He liked Shingon because it taught the identity of the bodily existence (rupakaya) with ultimate reality (dharmakaya). The bodily existence is here represented by a triangle which symbolizes the human body in its triple aspect, physical, oral (or intellection), and mental (or spiritual). The quadrangle represents the objective world which is composed of the four great elements (mahabhuta), earth, water, fire and air. The Dharmakaya, the ultimate reality, is the circle here, that is, the formless form. We generally hold a dichotomous view of existence, form (rupakaya) and formless (arupa), object and subject, matter and spirit, and think they contradict each other and are mutually exclusive. Both Shingon and Zen, however, oppose this view and hold that what is form is formless or empty (sunya), that is, they are identical.

In his little treatise on this subject called Tengan Yaku (Medicine for the Eye), written in a dialogue form, Sengai estimates Zen as being higher than Shingon, and states that Zen is more direct and immediate and to the point without indulging in verbalism. Zen in this respect is the most effective medicinal drop for the eye that is still wandering on the level of intellection. It replaces this kind of eye with the one possessed by Mahasvara (Great Lord). It is the divine eye which looks directly into the secrets of the ultimate reality. The opening or awakening to this order is abrupt and beyond verbal demonstrations of any sort, which is characteristically lacking in Shingon."~D.T.Suzuki

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Seung Sahn
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"Avante". caixa-assemblagem ou relicário, 2002.
téc: jornais, gaze, restos de tela, pau pintado de amarelo, acrílico e esmalte sobre fundo de gavetão de madeira, 90x70cm+-.
. Olhó robot.....










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By Sengai
http://www.terebess.hu/zen/sengai.html

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

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LT. Construção. Montagem com madeira. 120x75x4cm. 1999.
Homenagem a Hans Arp.


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Título da obra : "Nós temos que pensar a terra" (Fernando Belo)
Colecção: Fernando Belo

Técnica mista sobre tela, 30x30cm, 2010.

Pintura de Luís Tavares

http://filosofiamaisciencias.blogspot.com/
http://philosophieavecsciences.blogspot.com/










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quinta-feira, 7 de agosto de 2008















A Conversation with Master Seung Sahn (North Korea, 1927-2204)










" What is Zen?





What are you?




(Silence.)





Do you understand?




I don't know.





This don't-know mind is you. Zen is understanding


yourself.




Is that all Zen is?




Isn't it enough?




I mean, there must be a final understanding or illumination


that a Zen master has in order to be a Zen master.




All understanding is no understanding. What do you understand? Show me!




(Silence.)




Okay, what is one plus two?




Three.




Why didn't you tell me that? What colour is the sky?




Blue.




Very good! The truth is very simple, yah? But your mind is


complicated; you understand too much. So you could


not answer. But you don't understand one thing.




What?




One plus two equals zero.




I don't see how.




Okay. Suppose someone gives me an apple. I eat it. Then


gives me two more apples. I eat them. All the apples


are gone. So one plus two equals zero.




Hmmm.




You must understand this. Before you were born, you


were zero. Now you are one. In the future, you will die


and again become zero. All things in the universe are like


this; they arise from emptiness and return to emptiness.


So zero equals one, one equals zero.




I see that.




In elementary school, they teach that one plus two


equals three. In our Zen elementary school, we teach


that one plus two equals zero. Wich one is correct?




Both.




If you say 'both', then the space ship cannot go to the


moon. When only one plus two equals three, then it can


reach to the moon. But if one plus two also equals zero,


then on the way the space ship will desappear. So I say,


neither is correct.




Then what would be a proper answer?




'Both' is wrong, so I hit you. Also 'neither' is wrong, so I hit


myself. The first teaching in Buddhism is 'form is


emptiness, emptiness is form.' This means that one


equals zero, zero equals one. But who makes form? Who


makes emptiness? Both form and emptiness are


concepts. Concepts are made by your own thinking.


Descartes said (...)"


To be continued...



in: Anne Bancroft, Op.cit.






terça-feira, 5 de agosto de 2008

Era uma vez "Tchuang Tcheu"...
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" Uma vez, Tchuang Tcheu sonhou que era uma borboleta, voltejando satisfeita com a sua sorte e ignorando que era o próprio Tcheu. De repente acordou e apercebeu-se com espanto que era Tcheu que tinha sonhado que era uma borboleta, ou uma borboleta sonhando que era Tcheu. Entre ele e a borboleta havia uma diferença e é isso que se chama a mudança dos seres"

segunda-feira, 4 de agosto de 2008


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A Deusa da Terra, téc. mista sobre platex afixado a bastidore de tela, 100x90cm+-, 2001.
Colecção privada.
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http://gramas.blogs.sapo.pt/arquivo/2006_05.html

domingo, 3 de agosto de 2008

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Diálogo entre 'Li' (Natureza) e 'Ming' (Destino/Palavra)



(Li): «Si les choses sont comme tu le dis, alors je n'ai aucune influence sur la nature. Si telles sont les dispositions de la nature, n'est-ce pas toi qui l'as faite?»

(Ming): «Mon nom est ming; comment peut-on encore parler de gouverner? Je pousse en avant ce qui est droit, je supporte ce qui est tors (...)»




Lie-Tseu

In : Etiemble (ed.), Les philosophes taoïstes, Paris, Gallimard,1980.
Citação retirada de: Carlos Silva, "Dos Signos Primitivos, Preliminares etiológicos para uma reflexão sobre a essência da linguagem" in revista Análise, nº2.
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Razões de existir II, 2002.
http://www.perve.org.pt/portfolio.html


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A obra exposta na galeria do Colectivo Multimédia Perve (2002)



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"A caça", Téc. mista sobre tela, 65x80cm, 2001.


Esta obra foi exposta em Barcelona no Salão de artes plásticas da ACEAS (associação de artistas plásticos de Barcelona).


do autor



outras referências:

http://www.tintafresca.net/News/newsdetail.aspx?news=1ddd3b3b-f3f5-4d80-a22f-fa0409f435ae&edition=16
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by Sesshu

"The Japanese Zen monk Sesshu was a master of powerful, rough brush strokes strokes. Rocks and bamboo are sharply actual against the back-ground of mountain and space, as though experienced for the first time. The actuality of the living, immediate presents is one of the forms taken by Zen realization. (Landscape in Haboku style, painting by Sesshu, Japan, 1495)"

in: Anne Bancroft, Zen.

But... What is this?
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.By Sengai

sexta-feira, 1 de agosto de 2008



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Circle (Enso) by Dôgen.

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Negro digital
clique no quadrado...




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Daruma (Bodhi-dharma)

By Hakuin Ekaku


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" Dôgen escribe en un pasage muy conocido de su obra Shôbôgenzô:


La ilusión consiste en colocar en un lugar el ego-sujeto y en obrar a través de él sobre los objectos. La iluminación, por el contrario, consite en dejar que las cosas actúen sobre vosotros y los iluminen... Contemplando una determinada cosa, haced que todo vuestro cuerpo-espíritu se integre en el acto; haced lo mismo escuchando un sonido (de tal modo que vuestro ego pueda perderse y fundir-se en la cosa vista u oída). Entonces y solamente entonces, estaréis en condiciones de captar la realidad en su asiduidad primera. Vuestra comprehensión espiritual de la cosa no será la de un espejo reflectante de la imagen de algo tal como la luna se refleja en la superficie del agua (puesto que el espejo y la cosa que se refleja en él, o el agua y la luna, siguen siendo siempre dos entidades que conserva cada una su propria identidad). En la unificación espiritual de vosotros mismos y de una cosa, por el contrario, si uno de los dos se manifiesta, el otro desaparece totalmente, fundido en el primero. (Lo que quiere decir que en la situación de que aquí se trata, el "yo" desparece completamente y solo se manifiesta la cosa sola).

Ahora, disciplinarse en el camino del Budha no significa más que disciplinarse ante el propio ser. Disciplinarse cara a cara del propio ser, por su parte, sólo significa olvidar. Olvidar el propio ser significa únicamente ser iluminado por las cosas "exteriores". Y ser iluminado por las cosas no es otra cosa que borrar las diferencias entre vuestro (llamado) ego y los (llamados) egos de las otras cosas."


Está claro que una identificación espiritual profunda con todas las cosas de la naturaleza es precisamente lo que caracteriza la exteriorización del interior, tal como llega a ser vivida bajo la forma de una total inmersión del ego humano en un objeto - inmersión tan completa que el término "objeto" pierde su base semántica. En el dominio más limitado del placer estético, esta clase de identificación es normalmente vivida cuando, por ejemplo, se escucha intensamente una música bella.


Música tan profundamente escuchada

que ya no se la escucha, puesto que uno mismo es música mientras dura...


(T. S. Elliot: Four Quartets)"


in: Toshihiko Izutsu, El Kôan Zen, p.121.
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Imagem: auto retrato de mestre Eihei Dôgen Zenji (1200-1254).